Cotação & Conjuntura Cambial | novembro 2021

Cotação & Conjuntura Cambial | novembro 2021

por José Carmo

{Manutenção das preocupações com o cenário fiscal nacional}

O cenário fiscal manteve o viés de deterioração carregando expectativas negativas para 2022, acentuado com a proposta do governo de propor mudanças na regra do teto de gastos, na tentativa de encontrar mecanismos para custear o programa Auxilio Brasil. As preocupações em torno do futuro das contas públicas estão afetando a credibilidade do pais juntos aos investidores estrangeiros, conforme sinaliza o #risco-país.

{Focus piora as projeções de PIB e Inflação}

No último Relatório Focus divulgado pelo Bacen foram renovadas as expectativas em torno da #aceleração do IPCA com o novo ajuste indicando 10,15% ante os 10,12% registrados na semana passada. Outro fator relevante da publicação diz respeito a inflação em 2022.  O mercado considerou 5% exatamente o teto da meta estipulada pelo Bacen, no relatório anterior as expectativas indicavam 4,96%. As projeções do PIB foram revisadas novamente para baixo passando para 4,78%, há um mês estava em 4,94%. A taxa Selic foi mantida em 9,25% para este ano e 11,25% em 2022.  Sobre o câmbio em 2021 e 2022 a taxa de R$/US$ 5,50 foi mantida.

{Redução nas expectativas do PIB 2021}

As expectativas em torno da queda do PIB nacional se confirmaram com a divulgação dos resultados do terceiro trimestre. Com a queda de 0,1% a retomada da economia nacional sinaliza desaceleração e que o pais está em #recessão técnica (quando são registrados dois trimestres seguidos de retração).  O IBGE também revisou o  2T21 para -0,4% ante o resultado inicial de -0,1% e o 1T21 foi revisado para cima, passando  de uma alta de 1,2% para 1,3%.  A leitura do resultado indica que a queda registrada neste período foi puxada pelas retrações de 8% na  agropecuária e 9,8% nas exportações de bens e serviços. Respondendo por aproximadamente  20% do PIB a indústria ficou estagnada refletindo a alta nos preços dos insumos e as dificuldades logísticas da cadeia produtiva.

O resultado do agro foi o pior desde o 1º trimestre de 2012  quando caiu (-19,6%) fortemente influenciado pelo encerramento da safra de soja, conforme explicação de Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE:

“Como ela é a principal commodity brasileira, a produção agrícola tende a ser menor a partir do segundo semestre. Além disso, a agropecuária vem de uma base de comparação alta, já que foi a atividade que mais cresceu no período de pandemia e, para este ano, as perspectivas não foram tão positivas, em ano de bienalidade negativa para o café e com a ocorrência de fatores climáticos adversos na época do plantio de alguns grãos”.

{Nova Variante entra no radar}

O mercado teve uma forte reação a descoberta da nova  variante do coronavirus com maior potencial de mutações, e que acabou levando alguns países a fecharem suas fronteiras.   No entanto, passado o impacto da descoberta, os dados preliminares disponíveis não indicam alta letalidade ou resistência junto as vacinas  existentes. Devemos seguir monitorando o avanço da vacinação na Europa e na Ásia.

{América Latina apresenta piora no clima econômico}

Bibliografia

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