Ata da 241ª Reunião do Copom

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Fonte: Bacen

Atualização da conjuntura econômica e cenário de referência Copom.

No cenário externo, os estímulos monetários de longo prazo e a reabertura das principais economias mantêm um ambiente favorável aos países emergentes. Sobre a atividade econômica brasileira, a divulgação do PIB do segundo trimestre, assim como os indicadores mais recentes, continuaram apresentando evolução positiva e não implicaram em mudanças significativas no cenário futuro, que considera uma forte retomada do crescimento econômico na segunda metade do ano. As medidas de inflação subjacente encontram-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta da inflação. As expectativas inflacionárias para 2021, 2022 e 2023 calculadas pela pesquisa Focus estão em torno 8,3%, 4,1% e 3,25%, respectivamente.

A inflação dos preços ao consumidor continua elevada. O aumento dos preços dos bens industriais – impulsionado por mudanças de custos, restrições de oferta e uma mudança na demanda por matérias-primas – ainda não desacelerou e deve continuar no curto prazo. Além disso, nos últimos meses, os preços dos serviços aumentam em ritmo mais acelerado, refletindo a gradual normalização da atividade na indústria, dinâmica que já era esperada. Há também as pressões continuam sobre componentes voláteis, como alimentos, combustíveis e, mais importante, eletricidade, refletindo fatores como taxas de câmbio, preços de commodities e condições climáticas adversas.

No cenário base, com a trajetória da taxa de juros retirada da pesquisa Focus e a taxa de câmbio iniciando em US$ 5.25 / BRL avançando conforme a paridade do poder de compra (PPC), a projeção de crescimento do Copom para a inflação gira em torno de 8,5% para 2021, 3,7% em 2022 e 3,2% em 2023.

Riscos relacionados ao cenário básico de inflação.

O cenário básico de inflação do Copom apresenta fatores de risco nas duas direções. Por um lado, é possível ocorrer uma reversão parcial da recente alta dos preços internacionais das commodities em moeda local criaria uma trajetória inflacionária abaixo do cenário básico.

Por outro lado, uma nova expansão das políticas fiscais em resposta à pandemia pressiona a demanda agregada e piora a trajetória fiscal, o que pode aumentar o prêmio de risco do país. Apesar das melhorias recentes nos indicadores de sustentabilidade da dívida pública, o alto risco fiscal continua criando uma assimetria ascendente no balanço de riscos, ou seja, com trajetória de inflação acima do esperado na Política Monetária.

Sobre a condução da política monetária.

No contexto internacional, existem dois fatores de risco adicionais para o crescimento das economias emergentes. Em primeiro, a redução nas previsões de crescimento para as economias asiáticas, refletindo a evolução da variante Delta da Covid19. Em segundo, o aperto das condições monetárias em algumas economias emergentes, em resposta às recentes surpresas inflacionárias.

No entanto, o estímulo monetário de longo prazo e a reabertura de grandes economias ainda criam um ambiente favorável para os países emergentes. O Comitê sustenta que problemas de mercado relacionados a riscos de inflação nas economias avançadas podem ser desafiadores para o ambiente para os países emergentes.

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