Cotação Câmbio – Setembro’19 – Por José do Carmo

Cotação Câmbio – Setembro’19 – Por José do Carmo

O US$ final de setembro foi cotado em R$ 4,1644 e o US$ médio fechou em R$ 4,1215.  No Boletim Focus divulgado ontem pelo Banco Central, a taxa de câmbio esperada para 2019 foi novamente revisada para cima em comparação ao relatório anterior, passando de R$/US$ 3,95 para R$/US$ 4,00.  Já a projeção do PIB manteve-se inalterada em 0,87%.

As recentes publicações do mercado revelam que o valor de R$/US$ 4 tornou-se o novo piso nas projeções dos analistas.  Uma das razões para esta inflexão na trajetória do câmbio é o fluxo cambial (entrada e saída de dólares) da economia brasileira.  Em 2019 acumulado, já deixaram o país aproximadamente US$ 9 bilhões.  Para efeito de comparação, no mesmo período em 2018 foi registrada uma entrada de US$ 20 bilhões.  E a contrapartida desta escassez de moeda americana, é que a mesma se torna cada vez mais valorizada frente ao real. A lenta retomada da atividade econômica e o ciclo de quedas na taxa Selic derrubaram a atratividade para os investidores brasileiros e estrangeiros.

Outra explicação está no mercado externo, onde as principais economias mundiais estão atravessando um ciclo de queda de juros. Conforme observamos nas decisões do BCE (Banco Central Europeu) e do Federal Reserve (Banco Central Americano).  Ambos em seus respectivos comunicados mencionaram que há espaço para a aplicação de mais estímulos e/ou cortes no futuro.

A diferença entre a taxa de juros americana e a brasileira nunca esteve num patamar tão pequeno, o que faz o Brasil perder potencial para investimentos. Atrelado a isso há no cenário global uma crescente aversão ao risco em consequência da guerra comercial entre EUA e China.  O que leva os investidores a retirar seus recursos em países arriscados e aplicá-los em títulos seguros da dívida americana.

José Carmo é economista formado pela Universidade Presbteriana Mackenzie e editor deste site

 

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