Por Vilma Costa: Tudo o que você precisa saber antes de adquirir um animal de estimação –

Por Vilma Costa: Tudo o que você precisa saber antes de adquirir um animal de estimação –
 
 
Nos últimos 20 anos tenho observado pessoas cometendo os mesmos erros, prejudicando a harmonia no lar, entre a família, adquirindo um problema, causando danos, por vezesirreversíveis aos animais que foram equivocadamente adotados. Defendo que tudo na vida deva ser planejado, ter um animal, não é como ter um bichinho de pelúcia. 

Não vou julgar aqui, quem compra um animal para dar de presente, mas condeno tal atitude irresponsável. O que observo é que muitas pessoas trilham no caminho oposto: primeiro adotam o animal (compram, ganham, levam pra casa aquele que encontraram na rua ou em uma ong, feira de adoção), depois vão pesquisar sobre as necessidades dele, ou pior, só buscam por orientação, quando este adoece e já tentou tudo o que os leigos disseram que deveria fazer para tratá-lo em caso de doença.
 
É necessário saber qual a expectativa de vida, comportamento, hábito alimentar, espaço e cuidados especiais. Uma pergunta precisa de resposta: O animal corresponde às minhas expectativas? Outra questão muito importante: será que sou capaz, tenho condições emocionais e financeiras para mantê-lo em casa?
 
Erros fatais mais comuns:
 
Manter felinos em ambientes sem telas de proteção, sem água com movimentação. É um risco à saúde e à vida dos gatos saírem às ruas, às casas vizinhas, pois podem se envolverem em brigas com outros felinos, serem envenenados e mortos por pessoas irracionais. Felinos desconfiam de água parada, evitam a ingestão, o que pode causar danos renais e ao sistema urinário, devido ao alto teor proteico das rações. 
 
Comprar um pinscher e esperar que seja um cão de companhia para crianças, quando na verdade, suas principais características é estar sempre alerta e ser um mini cão de guarda. Eles passam a não se entender, até que o cão morde a criança e então é entregue à adoção. Ignorar o fato de que
cães filhotes choram muito nas primeiras noites, é sem dúvida uma das maiores causas de abandono já nos primeiros dias. Por mais bizarro que possa parecer, descobrir que o animal urina e defeca, às vezes é insuportável para muitos.
 
Para os fabricantes de gaiolas, os pássaros são seres saltitantes e não voadores. As gaiolas apresentam espaço tão reduzido que é possível apenas saltar de um poleiro  a outro, bater asas, voar, nem pensar.  Proprietários tendem a relutar quanto a necessidade de higiene diária de comedouros e bebedouros. É comum os distúrbios comportamentais e doenças relacionadas ao estresse e falta de higiene nas gaiolas. A vítima é sempre o
animal e em casos de animais silvestres, os danos podem afetar não apenas uma espécie, mas todo o ciclo natural que depende dele para gerar novas vidas ou manter aquelas que já existam.
 
Quantas árvores dependem de pássaros que se alimentam de seus frutos para levarem suas sementes para que estas possam germinar e reflorestar outras áreas? Quantos outros pássaros e mamíferos, como primatas, dependem destas árvores para conseguirem abrigo, moradia e alimentação?
 
É importante refletir sobre isto antes de comprar um animal silvestre. Se pensarmos que toda forma de vida teve origem no oceano, nas águas, é preciso pensar nos peixes e outros animais aquáticos. O aruanã, é um bom exemplo, os pais “guardam” os alevinos (filhotes) dentro da boca para protegê-los, para capturar os filhotes os pais são mortos atingidos por pauladas na cabeça, para que abram a boca e não ingiram os filhotes. A grande maioria dos  peixes de água  salgada não são criados em cativeiro, muitos são capturados utilizando mercúrio em quantidades que podem ser letais ao ecossistema marinho.
 
Sou defensora do aquariofilismo hobista e profissional, pois incentiva a criação de espécies em cativeiro, como já é a maioria dos animais de água doce comercializados no mundo inteiro. Além de preservar espécies que poderiam se extinguir, se não fosse esta prática. Em geral, os aquariofilistas, são os mais bem informados sobre as espécies que mantém e são aqueles que mais lutam por melhorias nas condições de vida em cativeiro.No caso de cães e gatos, estes sofrem tanto com os excessos quanto com o descaso. São os extremos que mais prejudicam a saúde física e mental destes animais. Muitos são criados como crianças, tomam banhos demais, ingerem alimentos para consumo humano e com isso desenvolvem doenças de pele, gastrointestinais, cardiopatias, nefropatias, diabetes, doenças periodontais, entre outras.Enquanto outros não tem acesso aos cuidados básicos, como alimentação, higiene e vacinação. 
 
Todos têm direito de desfrutar da companhia de animais, muitos são os benefícios tanto para os humanos quanto para os animais quando ambos vivem juntos. É necessário apenas encontrar o equilíbrio e ter bom senso, respeitar as características da espécie e nunca esquecer que bicho deve ter vida de bicho. Bicho não é gente!

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